No dia 17 de maio de 2025, aconteceu o seminário de encerramento do projeto que leva o nome de um dos nossos serviços “Grupo de Consciência Negra do Tocantins”. O evento marcou a conclusão de uma etapa de mobilização e diálogo com comunidades negras em várias regiões do estado, e teve como foco central o enfrentamento à violência contra a população negra no estado.Um projeto do Grupo de Consciência Negra do Tocantins nascido do apoio do Grupo Carrefour Brasil e da força coletiva de dezenas de mãos comprometidas.
Debates urgentes
A escolha do tema reflete uma realidade presente em grande parte do território tocantinense. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 70% da população do estado se identifica como preta ou parda. Durante a execução do projeto, questões relacionadas à violência contra essa parcela da população surgiram de forma recorrente, principalmente nas falas de representantes de comunidades quilombolas. Os relatos destacaram problemas estruturais que vão além da segurança pública, incluindo a falta de acesso à água potável, a insegurança fundiária e a marginalização social — todos apontados como reflexos de um processo histórico de exclusão.
Programação do evento
Participaram do seminário representantes dos mocambos — como são chamadas as cidades onde o GRUCONTO tem representantes —, ativistas e membros do poder público, com destaque para a Secretária da Mulher e do Desenvolvimento Humano, Thayse Ribeiro. A programação incluiu mesas de debate com convidados como a jornalista e editora-chefe da Gazeta do Cerrado, Maju Cotrim, o advogado Syllas Franklin e o advogado popular Cristian Ribas. Houve também uma apresentação artística do projeto “Hip Hop e a Comunidade”, que integrou a programação cultural do evento.
As discussões destacaram a importância de a população negra protagonizar suas próprias pautas, escolher representantes comprometidos com a causa, e utilizar dados sobre violência racial como instrumento de pressão por políticas públicas eficazes. Outro ponto abordado foi a valorização de ações de comunicação dentro das comunidades quilombolas, e pela comunidade negra no geral, que promovam iniciativas de valorização da cultura viva desses coletivos.
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