No mês que marca os três anos do despejo da Comunidade Jacutinga, a COMSAÚDE, em colaboração com o Grupo POEMA e a Campanha da Fraternidade (CNBB), organizou um seminário intitulado “Memória e Resistência”. O evento foi concebido como um momento de reflexão e diálogo para revisitar os momentos de perda e reconhecer os avanços na luta por justiça e reparação.
Há três anos as famílias da Comunidade Jacutinga foram abruptamente despejadas, enfrentando uma remoção forçada que desfez seu tecido social e emocional. A expulsão deixou cicatrizes profundas, e muitos membros da comunidade ainda vivem com o trauma da perda de suas casas e o desamparo diante da falta de compensação adequada. O evento “Memória e Resistência” visou não apenas relembrar esses acontecimentos dolorosos, mas também fortalecer a determinação coletiva em buscar reparação material e emocional.
Durante o seminário, foram realizados painéis de discussão que incluíram a participação de representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e da Defensoria Pública Agrária. Esses especialistas ofereceram esclarecimentos sobre os direitos dos moradores e as possibilidades de ações legais para reivindicar justiça. As falas dos representantes foram fundamentais para responder às perguntas dos participantes, que expressaram suas preocupações e dúvidas sobre o processo de regularização fundiária e as perspectivas de indenização.
Além disso, o seminário proporcionou um espaço para a troca de experiências e o fortalecimento dos vínculos comunitários. Antigos moradores compartilharam suas histórias de vida, os desafios enfrentados após o despejo e a contínua luta por seus direitos. A partilha de memórias serviu como um poderoso testemunho da resistência da comunidade e da importância de manter viva a memória do ocorrido. Os participantes foram incentivados a se organizar de maneira mais efetiva, utilizando as ferramentas legais e sociais disponíveis para pressionar as autoridades e garantir que suas vozes sejam ouvidas.